sábado, dezembro 03, 2005

...Assim caminha a revolução...

Revolução mental


Deixe-me aqui sozinho com minhas idéias.
Não posso me expressar que sou reprimido.
Não posso tentar me valorizar que sou oprimido.
Devo sempre fazer o que me mandam, sem dizer nada.

Sou da produção, mas não faço nada.
Aperto um botão, e a máquina está ligada.
Apenas olho a máquina fazer tudo por mim.
Quanto tempo será que vai continuar assim?

Precisamos de uma revolução mental.
Pois a máquina substituiu o trabalho braçal.
A máquina está me substituindo.
Vejo meu futuro se acabar e meus sonhos diluídos.

Revolução do trabalho mental.
Sem calculadora que faz as contas por mim.
Trabalho braçal é quase insignificante.
Quem produz as máquinas não estão nem ai pra gente.

Quero ver daqui pra frente o que vai acontecer.
Será que o trabalho humano vai mesmo adoecer?
Ou será que a revolução mental irá amadurecer?

Precisamos de braços fortes pra produzir.
E de máquinas pesadas para construir.
Onde queremos chegar com essa autodestruição?
Onde está o nosso lugar nessa terceira revolução?

Abaixo à hipocrisia, nada de botões.
Viva à inteligência, mandem-me idéias.
Não podemos nos deixar dominar.
Por máquinas burras que não nos deixa trabalhar.

Esta é a revolução mental.
Mentes que brilham e que se apagam.
Nada de ilusão ou de sentimento banal.
Máquinas que pensam morrem, não se estragam.

--David Edison Julião Saragosa--