terça-feira, dezembro 06, 2005

...Quem fede mais?...



O cálice das idéias


Louco, pirado, virado ao aveso.
Vivo como uma brisa no verão.
Apaixonado, arrependido, enrustido ou não.
Exercitando a vaidade, a vontade, vivendo num paraíso.
Ah! É tudo que preciso.

Vivendo, sofrendo, encarando, chorando de alegria.
A vida não acaba, mas você pode acabar e fácil.
Destruindo, acabando, maltratando minha luz.
Ah! A luz que me conduz.
Me conduz.

Com sede, com sono, com nada pra comer.
Mendigos, vadios, ou simples alfaiates.
Porcos de um chiqueiro são verdadeiros.
Verdadeiros alvos da burguesia.
É! “A burguesia fede”

O mundo vai acabar, talvez hoje não.
Hoje não amor, por favor.
Quero ainda poder desfilar as minhas virtudes.
Que me lavam ao mundo, ao mundo que criei.
Que sonhei e que queria poder ver.

É tudo piada, nossa vida, nossa morte.
Vejo o mundo de cabeça pra baixo.
Assim é mais fácil se virar.
E também de ver as coisas como são.
Ou pelo menos fingir estar certo.

Ah! O mundo, o meu mundo, nosso mundo.
Onde anda a ordem, a desordem, a preguiça.
Até ontem eu pescava idéias, hoje meu rio está mais raso.
Meu amor, minha dor, minha alegria.
Minha vida, vadia, atrapalhada, vazia.


--David Edison Julião Saragosa--
--“A burguesia fede” CAZUZA.--