"Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles."
Estado de temor
Não adianta querer mudar o rio
Se a nascente continua a mesma
E não importa o tempo que levar
As águas sempre vão chegar ao mar
Não adianta nascer na burguesia
Pois pra má índole não tem educação
Só aprimoram os desejos mais insanos
Que por ventura irão leva-lo ao chão.
Há um abutre faminto dentro de cada um
E não adianta mostrar espantalhos
Que acuados não nos lembramos de etiqueta
Pois para as cruzes que nascem no chão não há colheita.
Astaroth com seus dois pares de asas
E sua beleza descomunal
Pousa sobre a casa dos horrores
O mês de agosto chega mais uma vez
O príncipe retorna como haviam profetizado
Para ceifar mais uma vez as vidas impuras
Agora cada parte do meu corpo estremece
Parece ser este o fim que o velho me contara as escuras.
Será o dia da minha desencarnação
De um sacrifício e do fim das histórias
Quem poderá continuar relatando
O que aqui dentro estará acontecendo.
Digo por mim.
Orem por nós.
David Edison Julião Saragosa
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