quarta-feira, abril 04, 2012

"Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles."

Estado de temor


Não adianta querer mudar o rio

Se a nascente continua a mesma

E não importa o tempo que levar

As águas sempre vão chegar ao mar


Não adianta nascer na burguesia

Pois pra má índole não tem educação

Só aprimoram os desejos mais insanos

Que por ventura irão leva-lo ao chão.


Há um abutre faminto dentro de cada um

E não adianta mostrar espantalhos

Que acuados não nos lembramos de etiqueta

Pois para as cruzes que nascem no chão não há colheita.


Astaroth com seus dois pares de asas

E sua beleza descomunal

Pousa sobre a casa dos horrores

O mês de agosto chega mais uma vez


O príncipe retorna como haviam profetizado

Para ceifar mais uma vez as vidas impuras

Agora cada parte do meu corpo estremece

Parece ser este o fim que o velho me contara as escuras.


Será o dia da minha desencarnação

De um sacrifício e do fim das histórias

Quem poderá continuar relatando

O que aqui dentro estará acontecendo.


Digo por mim.

Orem por nós.



David Edison Julião Saragosa