sábado, outubro 28, 2006

...Essa é para quem conhece o poeta Agenor de Miranda Araújo Neto... Ninguém mais...

O poeta Agenor


Velejando aos sons de um poeta.
De verde, compus um céu acidentado.
Com aves mutantes e patos com mais de três patas.
Que flutuavam entristecidos no ar, calados.

Velejando aos sons de um poeta.
Parei para pensar e me entristeci.
Percebi que voava naquele céu como um pateta.
Eu cortei minhas asas para, no chão, cair.

Velejando aos sons de um poeta.
Percebi que as serpentes estão em qualquer parte.
E percebi também que o veneno não é tão letal.
E que a verdadeira cura estava na nossa mente.

Flutuando nas frases de um poeta.
Fiz tantas outras mais, mas não tão perfeitas.
Tentei explicar e cantar as minhas frases sem rumo.
Mas apenas consegui estender aquilo que já era futuro.

E foi flutuando nos sons deste poeta.
Que percebi realmente o sentido da vida.
E de voltas em voltas, procurando me achar.
Acabei então em calar ao invés de chorar na despedida.


David Edison Julião Saragosa