sábado, dezembro 03, 2005

...Para meu amigo NARAVAN...

Marca de marca


Você anda marcado.
Você vive marcado.
Você dorme marcado.
Você ama marcado.

A vida é uma marca de marca cara.
É uma marca de tecidos raros.
De cortes finos.
De linha clara.

O futuro é marcado e sem perdão.
Quem tiver a melhor marca será selecionado.
Ainda por ser selecionado pela vida.
Pelos amigos e pelas pessoas desconhecidas.

A marca do futuro marca o presente sem trégua.
Não se rende ao desafio da concorrência.
Mas nós que somos marcados a andar marcados.
Não vemos se realmente somos quem somos.

Eu sou, para algumas pessoas, o que eu uso.
Outras pessoas admiram o que eu faço.
Eu deixo a minha marca por onde passo.
E onde passo, me marcam pelas marcas.

Mas que marcas são essas que não vemos?
Onde está a marca de que tanto nos escondemos?
Alguns exibem as marcas de peito aberto.
Outros bebem a marca que todos bebemos.

Será que somos livres para andar por onde queremos?
Em alguns lugares não entramos se não tivermos a marca.
A marca que outra pessoa escolhe por você.
A marca que te marca e você não vê.

Sem medo e sem vergonha nos marcamos.
Para sermos bem vistos pela sociedade.
Sem idéia e sem juízo nos esquecemos.
Que marca boa é a marca da liberdade.

--David Edison Julião Saragosa--

...Só eu sei o aperto que sinto no peito ao ver a Bandeira do Brasil em lugares altos de glória...

Dia do Brasil


Os cegos que lerem as cores de nossa bandeira..
Descobrirão também a cor verdadeira de Branco.
Aprenderão que o verde quase não existe mais.
E que de amarelo só nos restou o sol.

“Vossos peitos, vossos braços são muralhas do Brasil.”

Estes cegos não aprenderão apreciar o nosso azul.
Celebrarão sua existência num risco anil.
Brindarão a um novo por do sol.
Mas não saberão o que significa Brasil.

“Vossos peitos, vossos braços são muralhas do Brasil.”

Palmas aos surdos que leram o nosso hino.
Aprenderam que aqui houve um herói.
E é nisso que também acreditamos até hoje.
Herói aqui, anos depois na Argentina também.

“Vossos peitos, vossos braços são muralhas do Brasil.”

Surdos que ainda acreditam no nosso futuro.
Fazem com que o hino nacional mais belo seja levado ao pé da letra.
Acreditando ainda num surto em pró da nação.
São surdos que escutam seus corações e acreditam nessa terra.

“Vossos peitos, vossos braços são muralhas do Brasil.”

Aos mudos que não se calam aos desafios.
Que mostram num simples sinal o verdadeiro caminho.
Um simples gesto de compreensão e conforto.
Por que são eles que não falam mal, mentem.

“Vossos peitos, vossos braços são muralhas do Brasil.”

Cortam a nossa língua assim que nascemos.
Arrancam nossos olhos para nos impedir de chorar.
Entopem nossos ouvidos com ignorância.
Somos bonecos de porcelana com roupas de farrapos.

“Vossos peitos, vossos braços são muralhas do Brasil.”

--David Edison Julião Saragosa--

...Assim caminha a revolução...

Revolução mental


Deixe-me aqui sozinho com minhas idéias.
Não posso me expressar que sou reprimido.
Não posso tentar me valorizar que sou oprimido.
Devo sempre fazer o que me mandam, sem dizer nada.

Sou da produção, mas não faço nada.
Aperto um botão, e a máquina está ligada.
Apenas olho a máquina fazer tudo por mim.
Quanto tempo será que vai continuar assim?

Precisamos de uma revolução mental.
Pois a máquina substituiu o trabalho braçal.
A máquina está me substituindo.
Vejo meu futuro se acabar e meus sonhos diluídos.

Revolução do trabalho mental.
Sem calculadora que faz as contas por mim.
Trabalho braçal é quase insignificante.
Quem produz as máquinas não estão nem ai pra gente.

Quero ver daqui pra frente o que vai acontecer.
Será que o trabalho humano vai mesmo adoecer?
Ou será que a revolução mental irá amadurecer?

Precisamos de braços fortes pra produzir.
E de máquinas pesadas para construir.
Onde queremos chegar com essa autodestruição?
Onde está o nosso lugar nessa terceira revolução?

Abaixo à hipocrisia, nada de botões.
Viva à inteligência, mandem-me idéias.
Não podemos nos deixar dominar.
Por máquinas burras que não nos deixa trabalhar.

Esta é a revolução mental.
Mentes que brilham e que se apagam.
Nada de ilusão ou de sentimento banal.
Máquinas que pensam morrem, não se estragam.

--David Edison Julião Saragosa--

...Poder nas mãos da minoria... INJUSTIÇA...

Mentalidade imposta


Trabalhamos a vida inteira.
Estudamos a vida toda.
Sempre temos que estar atualizados.
Mas estamos cada dia mais amordaçados.

O que eu aproveitarei depois de velho?
O que será de mim amanhã?
Até quando vou viver para poder trabalhar?
Até quando vou trabalhar para poder viver?

Será que a conta desse mês eu consigo pagar?
Acho que vou ter uma conta a mais para pendurar.
E cada vez mais contas e mais contas.
Quando vou me livrar dessa mordaça?

Espero que quando eu morrer.
Por mais que seja por motivo qualquer.
Eu tenha aproveitado a minha vida.
Espero que ao menos sofram com minha partida.

É injusto que um pai trabalhe a vida toda.
Para que venha o filho e acabe com sua vida.
Deixando morrer sozinho sem nenhum carinho.
Ou jogando o pai num asilo sem ao menos uma visita.

É injusto, pessoas trabalhando para não morrerem de fome.
Enquanto outras matam a fome as custas do trabalho de alguém.
É inaceitável viver a vida num trabalho.
E acabar com a vida sem dinheiro, sem justiça.

Quero tentar mostrar para aqueles que duvidam.
Que a vida é muito boa.
E que o pensamento desde agora tem que ser outro.
Quero poder mostrar que a vida é para ser vivida.

Pena que não tenho idéias para começar essa revolução.
Tenho apenas vontade e convicção de que vou conseguir.
Mas não sei como. Nem sei quando começar.
Acho que vou começar agora...Fui...

--David Edison Julião Saragosa--

...Não podemos nos render à oligarquia...



Donos do poder


A exploração do “escravoletariado”.

É presente e não passado.

Não vamos esquecer dos donos do poder.

Eles nos devem muito.

Levaram nossa vida, a nossa juventude.

Mataram a esperança, saquearam nossa infância.

Quanta intolerância, quanta sacanagem.

O rio de dinheiro.

Não é uma miragem para os donos do poder.



Aprendam a lutar, como sobreviver.

Comecem a brigar com os donos do poder.

O medo é uma desordem.

Vamos organizar a nossa própria ordem.

A casa já caiu desde o dia em que eu nasci.

Eles não nos fazem rir.

O programa da tv programa a mim e a você.

Não vamos nos render.

Todos juntos a vencer.



Podemos conseguir, vamos acreditar.

Nós temos o poder, basta nos organizar.

Com coragem e ambição, sem ter o que nos prenda.

Vamos em frente! Franzindo a testa e rangendo os dentes.

Agarrando a liberdade com obsessão.

Honrando as cores da nação.

Jogando no inferno quem nos joga no chão.

Prevalecendo a lei, a lei do mais forte.

Pois os donos do poder só merecem a morte.

--David Edison Julião Saragosa --

...Não podemos nos render à oligarquia...


A censura que ninguém censura



Você não serve mais pra nada.
Você não sabe dar risada.
Seus dentes não estão mais limpos.
Você acabou de ser demitido.

Agora o que é que eu vou fazer?
Sem dinheiro, sem trabalho, sem esperança.
E agora o que vai ser de mim?

Eu não existo, não pude estudar.
Eu insisto, tive que trabalhar.
Minha vida é dura, mas eu vou levando.
Sem trabalho estou desmoronando.

Agora o que é que eu vou fazer?
Sem dinheiro, sem trabalho, sem esperança.
E agora o que vai ser de mim?

Eu me aperto no buzão.
Censura hipócrita, humilhação.
Capa de chuva e guarda-chuva na mão.
Instinto assassino sou a exceção.

Agora o que é que eu vou fazer?
Sem dinheiro, sem trabalho, sem esperança.
E agora o que vai ser de mim?

Como disse um dia os Plebes.
O concreto já rachou.
Como eu mesmo disse um dia.
O meu mundo acabou.

Agora o que é que eu vou fazer?
Sem dinheiro, sem trabalho, sem esperança.
E agora o que vai ser de mim?

Verbas desviadas, futuros destruídos.
Aqui o mensalão da um prédio construído.
Políticos de merda odeiam vocês.
Novo governo, tudo outra vez.


---David Edison Julião Saragosa---

"Poetas loucos em busca da liberdade para todos"

...
SHAO
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Muito prazer! Sou o SHAO, antes que pensem que continuo aquele louco que era antes quero dizer que mudei muito, agora sou um louco e meio em busca do que muitos chamam de "Isso não vai dar certo", mas acredito que todos nós somos iguais perante a sociedade e quero fazer valer esse título que nos imporam. Ainda no começo do meu trabalho vou colocar algumas letras e poesias para que comecem a abrir o olho e para que também as pessoas reflitam sobre a própria poesia. Não sou nenhum anarko punk, embora alguns ainda pensem isso, mas acho que tudo pode ser de todos com a liberdade e sem desordem. A partir do momento em que eu for colocando as poesias aqui no blog seria muito bom que cada um comentasse aquilo que lhes vier na telha depois de ler cada poesia, isso será muito bom para que eu veja com que tipo de pessoas eu vou estar conseguindo me comunicar... Então, vou parar de escrever sobre o que vou fazer e vou fazer logo... Até mais...

Ass.: SHAO