"Alvorada lá no morro que beleza, ninguém chora não há tristeza, ninguém sente dissabor." O rei CARTOLA
O abrir das asas
A liberdade é a permissão desenfreada
É um ar mais puro, uma fruta mais doce.
A liberdade é passiva e aceitável
Perigosa e maleável.
Libertos do amor estão os desalmados
Libertos da raiva estão os imortais
Estamos presos à presença da liberdade
Pois nada é tão complexo, quanto os desiguais.
Libertar-se é sorrir na despedida
É não deixar abater-se diante da morte
É aplaudir quando lhe falta sorte
E, por que não, chorar ao se conquistar.
Liberdade, palavra triste.
Aos mortos libertos dessa vida
Aos moribundos em um beco sem saída
Às correntes que lhe saciam a fome.
Ninguém a possui
Todos a almejam
Muitos viram passar
Outros morrem sem provar.
David Edison Julião Saragosa