sexta-feira, março 11, 2011

"Alvorada lá no morro que beleza, ninguém chora não há tristeza, ninguém sente dissabor." O rei CARTOLA

O abrir das asas


A liberdade é a permissão desenfreada

É um ar mais puro, uma fruta mais doce.

A liberdade é passiva e aceitável

Perigosa e maleável.


Libertos do amor estão os desalmados

Libertos da raiva estão os imortais

Estamos presos à presença da liberdade

Pois nada é tão complexo, quanto os desiguais.


Libertar-se é sorrir na despedida

É não deixar abater-se diante da morte

É aplaudir quando lhe falta sorte

E, por que não, chorar ao se conquistar.


Liberdade, palavra triste.

Aos mortos libertos dessa vida

Aos moribundos em um beco sem saída

Às correntes que lhe saciam a fome.


Ninguém a possui

Todos a almejam

Muitos viram passar

Outros morrem sem provar.



David Edison Julião Saragosa